COMBUSTÍVEIS - O preço do litro do etanol hidratado deve aumentar entre 12% e 15% nos próximos dias. A previsão é do presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado da Bahia (Sindicombustíveis Bahia), José Augusto Costa.
A inflação do produto cresce desde o ano passado, em razão do crescimento da destinação da cana para o fabrico de açúcar, o que tornou a gasolina produto mais vantajoso na Bahia. Por acreditar que uma solução para o crise do álcool não aconteça antes de dois a três anos, Augusto Costa avalia que a Bahia ainda terá mais majoração no combustível.
De agosto de 2010 ao mesmo mês deste ano, destacou Augusto Costa, o álcool anidro teve reajuste de 43% nas distribuidoras. “Nas bombas, o etanol custava R$ 1,8 . Hoje cobra-se R$ 2,07 e R$ 2,08.
Mesmo que haja (agora) um reajuste de 15%, vai ficar muito aquém do que deveria ser”, argumentou ele. A Bahia possui ainda o oitavo preço mais barato do país, com preço na bomba maior apenas do que os estados produtores. O álcool mais caro é o do Acre (R$ 2,27 por litro). O menor preço médio é o de Goiás, R$ 1,876/l.
Segundo o dirigente do Sindicombustível, o preço do etanol em Salvador só não está maior porque houve em um ano uma queda de 60% nas vendas do álcool, fazendo com que os postos “segurassem” reajustes.
O empresário relatou que o fator principal da crise, a oferta menor do que a demanda, foi agravada com o aumento na utilização da safra de cana destinada a açúcar, que em 2010 era de 48% do total plantado e agora será 53%¨.
A União da Indústria de Cana-de-açúcar (Única) informou que, no ano passado, o Brasil produziu 27,5 bilhões de litros de álcool. Na safra deste ano, a produção será de 23,6 bilhões de litros, uma queda de 14%, enquanto cresce a frota de veículos, principalmente dos carros flex.
“A área plantada de cana-de-açúcar cresceu em quatro anos 2,3%, enquanto a de carro flex aumentou 17%. A conta não fecha”, ponderou o presidente do Sindicombustíveis.
Costa destaca que a situação poderia ser pior se não fosse dois fatores: a fiscalização da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a mudança na composição da gasolina. A partir de outubro, a gasolina nos postos terá 20% de álcool, cinco pontos percentuais a menos do que na mistura atual. Já a ANP condiciona a aprovação de exportação de açúcar à comprovação, pelo produtor, de que destinou uma conta do seu canavial à produção de etanol.
* Informações: Tribuna da Bahia
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