MUNDO - O ativista indiano Anna Hazare, que completa nesta segunda-feira (22/08) uma semana de greve de fome, disse que poderá enviar emissários para negociar com o governo uma mudança na legislação anticorrupção se a administração quiser que ele encerre seu protesto. Hazare já perdeu cinco quilos, mas se mostra firme em seu propósito de forçar o Executivo a mudar seu projeto de lei.
Grupos de partidários de Hazare se dirigiram pacificamente às residências de políticos como do ministro das Finanças, Pranab Mukherjee, e da chefe do governo regional de Délhi, Sheila Dikshit.
O ativista mantém seu jejum em uma esplanada da capital indiana, onde recebeu a visita e demonstrações de solidariedade de outros ativistas e de cerca de 50 mil pessoas, que se reuniram no local.
O primeiro-ministro do país, Manmohan Singh, disse nesta segunda-feira que o governo está aberto ao diálogo, mas ressaltou que um problema tão complexo como a corrupção não pode ser abordado a curto prazo e voltou a criticar a atitude de Hazare.
Em declarações recolhidas pela agência indiana "Ians", Singh afirmou de Calcutá que o atual protesto "cria um déficit de confiança" que dificulta a busca de soluções e lembrou que já há mecanismos estabelecidos para impulsionar mudanças na lei. Na última semana, os meios de comunicação divulgaram informações sobre negociações entre o Executivo e a equipe de Hazare.
Uma das ativistas mais próximas a Hazare, Kiran Bedi, afirmou nesta segunda-feira à imprensa indiana que se tratam apenas de "rumores" e exigiu que governo dê um passo para abrir negociações sobre as reformas do projeto de lei anticorrupção.
Arvind Kejriwal, outro colaborador do ativista, acrescentou que eles não têm a intenção de derrubar o Executivo, mas que, "se este continua sendo tão insensível após sete dias de protestos maciços, está dizendo que protege a corrupção e os corruptos".
Hazare foi detido na terça-feira passada em Nova Délhi após se negar a aceitar as condições que as autoridades queriam impor a seu protesto e iniciou sua greve de fome ainda na prisão acompanhado por seus colaboradores, muitos deles ativistas proeminentes.
Apesar de a polícia ter aceitado libertá-lo para conter as manifestações em todo o país, Hazare optou por permanecer na prisão por mais alguns dias pelo impedimento de que continuasse sua greve de fome em um parque da capital indiana.
* Informações: Revista Época
Nenhum comentário:
Postar um comentário