BAHIA - A seca no campo tem refletido no bolso do consumidor baiano. Sem comida no pasto para o gado, o produtor investe mais em rações e o resultado é que o cliente está pagando mais caro pelo litro do leite, pela manteiga e pelo queijo.
O professor Nilton Júnior já sente a diferença. “É um aumento significativo, principalmente para a categoria mais pobre, que depende mais do item alimentação, que pesa muito no orçamento das famílias”, diz.
A auxiliar de escritório Luana Trindade diz que está abdicando a compra de outros alimentos. “Especialmente supérfluo, que as crianças gostam muito de levar. Um salgadinho, o iogurte, a gente acaba tendo que tirar para não pesar tanto no orçamento”, conta.
Em algumas padarias, o leite do tipo C pasteurizado passou de R$ 1,70 o litro para R$ 2; o quilo do queijo muçarela, de R$ 16,90 para R$ 17,90. A diferença dos preços está embutida em refeições simples, do dia-a-dia do brasileiro. Por exemplo, uma xícara de 200 ml café com leite passou de R$ 0,60 para R$ 1. Já o pão francês médio com manteiga e queijo passou de R$ 1,70 para R$ 2.
O fenômeno conhecido como seca verde é o motivo do aumento. Tem pasto, mas sem qualidade para alimentar o gado e, consequentemente, produzir o leite. O veterinário Ubiratan Ferraz explica que a situação é causado pela temperatura baixa.
“O vegetal, seja capim ou qualquer outro, não tem pujança de produção de mata verde. Então o alimento fica escasso, perde quantitativamente e qualitativamente, e o animal não tem condição de produzir com a mesma plenitude que teria na época das águas, quando existe precipitação pluviométrica e calor compatíveis com a necessidade da planta”, explica.
O comerciante Ananias Viriato já está acostumado com o período de baixa do leite. “Nessa época seca, quem tira 500 litros de leite passa a tirar 150 litros. Para tirar esses 150 litros, ele tem um custo tão alto de alimentação, combustível, então fica sempre mais difícil”, afirma.
O resultado das dificuldades sofridas pelos produtores com a entressafra deve durar mais alguns meses, segundo os comerciantes. “Eu acho que daqui a uns dois, três meses já volta tudo a se regularizar de novo e a gente abaixa os preços”, relata a gerente de panificadora Gabriele Muniz.
* Informações: G1 Bahia
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